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Depois de Varios dias[ Uma Piada]

quinta-feira, 27 de março de 2008

O Juvenal estava desempregado há meses. Com a resistência que só os brasileiros têm, o Juvenal foi tentar mais um emprego em mais uma entrevista. Após uma exaustiva entrevista o quinto entrevistado lhe perguntou:

- Qual foi seu último salário?

- Mil reais! - Respondeu Juvenal, e já ia dizer que aceitava menos. Mas foi interrompido.

- Pois se o Sr. for contratado ganhará 10 mil dólares por mês!- Jura?

- Que carro o Sr. tem?

- Na verdade, agora eu só tenho um fusquinha e um carrinho pra vender pipoca na rua!

- Pois se o senhor trabalhar conosco ganhará um Audi para você e uma BMW para sua esposa!

- Jura?

- O senhor viaja muito para o exterior?

- Exterior do estado, sim. Belo Horizonte, São Paulo……

- Pois se o senhor trabalhar aqui viajará pelo menos 10 vezes por ano, para Londres, Paris, Roma, Mônaco, Nova Iorque, Tókio…

- Jura?

- E lhe digo mais… o emprego é quase seu. Só não lhe confirmo agora porque tenho que falar com meu gerente. Mas é praticamente garantido. Se até amanhã, sexta-feira, à meia-noite o senhor NÃO receber um telegrama nosso cancelando, pode vir trabalhar na segunda-feira!!

Juvenal saiu do escritório radiante. Agora era só esperar até a meia-noite da sexta-feira e rezar para que não aparecesse nenhum maldito telegrama. Sexta-feira mais feliz não poderia haver. E Juvenal reuniu a família e contou as boas novas.

Não se cabendo de felicidade convocou o bairro todo para um churrasco comemorativo a base de muita música. Sexta de tarde já tinha um barril de chope aberto. Às 9 horas da noite a festa fervia. A banda tocava, o povo dançava, a bebida rolava solta.

Dez horas, e a mulher de Juvenal aflita, achava tudo um exagero.

A vizinha gostosa, interesseira, já se jogava pra perto do Juvenal.

E a banda tocava!

E o Chopin gelado rolava!

O povo dançava!

Onze horas, Juvenal já era o rei do bairro.

Gastaria horrores para o bairro encher a pança. Tudo por conta do primeiro salário.

E a mulher resignada, meio aflita, meio alegre, meio boba, meio assustada.

Onze horas e cinqüenta e cinco minutos……..

Vira na esquina buzinando feito louco uma motoca amarela…

Era do Correio!

A festa parou!

A banda calou!

Um bêbado arrotou!

Um cachorro uivou!

Meu Deus, e agora? Quem pagaria a conta da festa?

- Coitado do Juvenal! Era a frase mais ouvida.

Jogaram água na churrasqueira!

O chope esquentou!

A mulher do Juvenal desmaiou!

A motoca parou!

- Senhor Juvenal Batista Romano Barbieri?

- Si, si, sim, so, so, sou eu…

A multidão não resistiu…

- OOOOOHHHHHHHHHHH!

- Telegrama para o senhor…

Juvenal não acreditava…

Pegou o telegrama, com os olhos cheios de água, ergueu a cabeça e olhou para todos. Silêncio total. Respirou fundo e abriu o telegrama.

Uma lágrima rolou, molhando o telegrama.

Olhou de novo para o povo e a consternação era geral.

Tirou o telegrama do envelope, abriu e começou a ler.

O povo em silêncio aguardava o desfecho, que poderia virar desenlace. Todos se perguntavam…

- E agora? Quem vai pagar essa festa toda?

Juvenal recomeçou a ler, levantou os olhos e olhou mais uma vez para o povo que o encarava…

Então, Juvenal abriu um largo sorriso, deu um berro triunfal e começou a gritar eufórico.

- Mamãe morreeeeuuu!

- Mamãe Morreeeeuuu!

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